1.6 Falsos indícios: criar padrões para enganar um observador treinado
Considere como o mesmo padrão básico de ofuscação pode ser usado ao serviço em um contexto mais leve do que ocultar o trabalho dos denunciantes: o pôquer.
Muito do prazer e muito do desafio do pôquer está em aprender a inferir a partir de expressões, gestos e linguagem corporal se alguém está blefando (isto é, fingindo segurar uma mão mais fraca do que a pessoa realmente segura) na esperança de fazer uma aposta. O ponto central para o trabalho de estudar os adversários é o “indício” – algum hábito inconsciente ou tique que um adversário exibe em resposta a uma mão forte ou fraca, como suar, olhar com preocupação ou inclinar-se para frente. Os “indícios” são tão importantes na economia informacional do pôquer que os jogadores às vezes usam indícios falsos – ou seja, criam maneirismos que podem parecer parte de um padrão maior.1 Na estratégia comum do pôquer, o uso de um indício falso é geralmente reservado para um momento crucial em um torneio, para que os outros jogadores não percebam que ele é impreciso e o usem contra você. Uma análise paciente de múltiplos jogos poderia separar um indício verdadeiro dos falsos, mas no contexto de um jogo de apostas altas, o momento da falsidade pode ser altamente eficaz. Técnicas similares são usadas em muitos esportes que envolvem comunicação visível. Um exemplo é a sinalização no basebol – como explicou um treinador a um repórter de jornal: “Às vezes você está dando um sinal, mas isso nem quer dizer nada”.2